A fábula consiste numa pequena narrativa fictícia, em prosa ou verso, com conteúdo moral, onde alguns personagens, ou todos, são caracterizados como animais. É diferente da parábola, que se baseia em situações cotidianas com conteúdo moral e todos os personagens são humanos.
Recentemente, recebi um e-mail com uma adaptação corporativa de uma fábula com o título de O Escorpião e o Sapo, que achei interessante por retratar uma situação muito frequente no mundo organizacional. Porém, pesquisando mais um pouco, encontrei outra adaptação da mesma fábula com o título de O Escorpião e a Rã, que me parece mais clara e abrangente para a mesma situação. Vamos a ela:
“Certa noite na floresta um caçador monta acampamento e acende uma pequena fogueira para se aquecer do frio. Perto dali um escorpião observa atentamente e fica deslumbrado com o fogo provocado pelo caçador, e pensa como seria possível produzir coisa tão maravilhosa. Passa a noite ali admirando aquele prodígio.
Pela manhã bem cedo, o caçador se prepara para seguir seu caminho e apaga a fogueira com um punhado de terra.
Logo que o caçador se afasta o escorpião se aproxima da fogueira e pensa: “Se ele consegue produzir tal maravilha, eu também posso. Basta descobrir o segredo.” e passa a remexer a terra buscando algo que produziria o fogo quando, de súbito, uma pequena fagulha ainda incandescente salta sobre um punhado de folhas secas, provocando grande incêndio na floresta. É dado o alarme: pássaros passam em revoada, outros animais correm em direção ao rio...
Apavorado com o incêndio de enormes proporções, o escorpião também corre apavorado para o rio, onde encontra uma rã pronta para se lançar na água e nadar até a outra margem, livrando-se do incêndio. Aumenta o desespero do escorpião, pois não tem azas e não sabe nadar. Pior, ninguém se propõe a ajudá-lo. Sua fama o precede.
A rã, vendo a cena, lhe oferece ajuda: “...mas você tem de se comportar!”
A proximidade do fogo, e da morte, servem de motivação para o escorpião concordar com todas as exigências da rã.
Acerto verbal selado, o escorpião sobe nas costas da rã e se inicia a travessia.
No meio do rio, a rã sente a ferroada. Antes de morrer, a pergunta: “Por quê você fez isso escorpião?! Agora nós dois vamos morrer!”
Constrangido, o escorpião confessa: “Desculpe. É a minha natureza.”
MORAL DA HISTÓRIA:
Temos visto muita gente carregando escorpiões nas costas, imaginando que eles se comportarão bem por não terem outra opção ou por terem aprendido a lição.
Avalie a natureza das pessoas e os motivos que as levam a concordarem com você ou a fazerem negócio com você. Não faça concessões que você sabe que são excessivas ou desnecessariamente arriscadas.
Lembre-se, não foi você quem colocou fogo na floresta.”